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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Por Luiz Alberto - Dilma paga o preço pela falta de jogo de cintura

Artigo do Jornalista Luiz Alberto Vieira revela

O jornalista Luiz Alberto Vieira revela, em brilhante artigo no portal Carta Maior, a verdadeira origem do golpe . Fica claro que a presidente Dilma foi inábil, o que não aconteceria com Lula, que é concessivo e se safa bem de situações complicadas, jogando o jogo, que é sujo, mas que precisa ser jogado por quem pretende se segurar no poder. Diz Luiz Alberto que “o Golpe Midiático Parlamentar contra a Presidenta Dilma Rousseff representa uma vingança do presidencialismo de coalizão contra as investidas da chefe do Poder Executivo. Desde o início do primeiro mandato, Dilma vinha realizando ataques aos pilares que sustentavam os partidos da coalizão governista”.

Um desses ataques, que mais caro custou à presidente, foi desmontar o esquema de corrupção em Furnas, de onde demitiu aliados de Eduardo Cunha. Depois, partiu pra cima do esquema de corrupção na Petrobras, colocando no olho da rua os diretores Paulo Roberto Costa, Jorge Zelada e Renato Duque, que eram operadores de diversos partidos políticos na estatal.

Além disso, a presidente promoveu novo ataque aos partidos da coalizão, irritando caciques e parlamentares do baixo clero ao nomear secretários-executivos para tutelar ministros indicados politicamente. Ao fazer isso, deixou possessas as altas cúpulas de aliados como o PMDB, o PDT, o PP e o PR, envenenados depois pela oposição liderada pelo PSDB e DEM.

A gota d água teria sido o endurecimento na liberação de emendas parlamentares, uma espécie de combustível que move o baixo clero em suas campanhas eleitorais. Ao contingenciar as emendas parlamentares, um instrumento legal mas imoral de que se valem muitos parlamentares para cevar suas bases, Dilma se colocou definitivamente na linha de tiro. Foi por conta desse contingenciamento que o Congresso Nacional acabou aprovando um tal de orçamento impositivo, que complicou ainda mais o caixa do Tesouro.

Feito isso, estava montado o cenário para que a oposição jogasse a sociedade contra a presidente, com total apoio da mídia e o indisfarçável entusiasmo da Fiesp , representante máximo da elite empresarial brasileira. Lembra o analista Luiz Alberto Vieira que

“grande parte da atividade política do baixo clero é simular uma influência que não possui. Nem mesmo neste ponto Dilma foi generosa. Caronas no avião presidencial para a foto no desembarque nos currais eleitorais eram raras e foram poucas as fotos com parlamentares do baixo clero para encenarem o seu teatro provinciano”.

Dilma ganhou, por conta do seu temperamento difícil, a antipatia geral do espectro partidário. Chegou até a provocar uma carta chorosa do vice Michel Temer, que também se viu privado do afago da máxima mandatária do país. Até com o seu partido, o PT, ela teve rusgas. Era de se esperar, portanto, que o troco viria em forma de vendeta. O PSDB, que continuou tentando o terceiro turno, inconformado que estava com a derrota de 2014, não perdeu tempo e botou lenha na fogueira.

Dilma paga caro por sua falta de jogo de cintura e de não compreender as nuances do jogo político-partidário, ignorando totalmente aquilo que Lula percebia com maestria . Enfim, Dilma ruiu a sua base da apoio na Câmara e no Senado, de um jeito que seria o ideal, pois significaria a ruptura do Palácio do Planalto com a política do compadrio, mas isso levaria, como levou, o país à ingovernabilidade.

Não que ela devesse ser concessiva, como foi Lula, mas o seu segundo governo requeria um certo jogo de cintura e um pouco de estômago de avestruz para evitar o pior. Quero, torço e até oro para estar enganado, mas o pior ainda está por vir. Tudo caminha para termos um governo Temer e por conta do grau de comprometimento do vice-presidente com o que há de pior na política brasileira, o país ficará sob ameaça de conflagração maior do que a que temos visto. Não é segredo pra ninguém as ameaças que pairam sobre os avanços sociais que o Brasil teve nos últimos 12 anos e o enfrentamento que já se anuncia entre o provável futuro presidente e os movimentos sociais, cuja declaração de guerra já foi feita por parte de lideranças partidárias que gravitam em torno do Palácio Jaburu.

Pinçado de Messias Mendes


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